Há
dias abordei no portal “Portugal em Linha” a atitude brasileira de
deixar uns a falar e berrar sobre a Língua Portuguesa e quem domina
quem a mesma, enquanto trabalhava no incremento da língua com a criação
da Universidade da CPLP, no nordeste brasileiro, e o incremento da
mesma na Guiné-Bissau, país fortemente cercada pela francofonia.
Também, recentemente num artigo da Lusa e citado pelo jornalista Orlando Castro, se alertava para os esforços de um Bissau-guineense em não deixar morrer a Língua oficial do País, com os parcos meios que (não) tinha e que parece continuar a (não) ter.
Segundo Pier de Carvalho, assim se chama o defensor da Lusofonia na Guiné-Bissau que dá aulas sob a sombra de uma mangueira, as crianças Bissau-guineenses hoje em dia não falam o português já que preferem falar “o francês ou o inglês, o português é que não gostam de falar, talvez por complexo de errar.” Este professor da escola de “mangueira” culpa os pais das crianças que "não gostam de falar o português em casa" e o ensino oficial do país pelo nível da língua de Camões na Guiné-Bissau, admitindo que pelo caminho que a coisa está a ter – basta ver que os principais dirigentes falam melhor o francês que o português e perante as câmaras de televisão preferem falar uma língua próxima do crioulo, – qualquer dia " ainda será difícil encontrar um jovem guineense que saiba falar o português correctamente".
Foi por isso que o Brasil decidiu colocar a trabalhar em plenitude um Instituto de Estudos Brasileiros em Bissau. Provavelmente uma visita ao Instituto Camões, supostamente a legítima defensora da língua portuguesa e a inoperância do Instituto Internacional de Língua Portuguesa assim o determinaram. Agora foi o embaixador de Angola em Côte d’Ivoire (Costa do Marfim), Gilberto Buta Lutucuta, que recebeu e debateu, recentemente, com um grupo de estudantes da Universidade de Cocody, pertencentes à organização não governamental Lusophilie-Côte d’Ivoire, aspectos relacionados com o ensino da língua portuguesa, naquele país francófono.
Os estudantes costamarfinenses pretendem das autoridades angolanas apoios para a sua participação em Angola de cursos de aperfeiçoamento da língua portuguesa através da obtenção de bolsas de estudo e aprofundar os seus estudos sobre a literatura e cultura angolana, para o que solicitaram o envio de livros e outros materiais que possam contribuir para o seu enriquecimento.
Enquanto uns vão lançando livros contra Acordos Ortográficos em vez que procurar soluções que (re)definam estratégias para o incremento da Língua portuguesa outros vão paulatinamente trabalhando sem se importarem de, mais tarde, serem considerados neocolonizadores da língua!
12/Maio/2008
Publicado inicialmente no semanário regional "emFrente Oeste" de 15 de Maio de 2008
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