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Como vamos de Educação?

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Os raros programas de televisão que não nos dão futebol, telenovelas ou "reality shows" mostram-nos realidades que, se pensarmos nelas seriamente, nos deviam preocupar. Foi o caso de um programa que nos mostrou que alunos universitários não sabem fazer elemetares contas de multiplicar ou que desconhecem, por exemplo, qual o valor de um quilómetro, ou de uma tonelada. Será naturalmente mais fácil apontar responsáveis ou actuar com displicência. Mas será que estamos - a sociedade toda - conscientes de que, num mundo de fronteiras abertas e cada vez mais competitivo, estamos a comprometer o futuro das novas gerações e, quiçá, a independência de todo um país? Será que estamos a dar a devida atenção à preparação dos nossos jovens, tanto em Portugal como nas Comunidades?

 

 

 Fernando Cruz Gomes

Bem pregava "frei"... Cesário!

O café, hoje, pelo menos nas bandas do Canadá, não foi servido a horas.
Sem perdão. Porque o café quer-se... servido a tempo e horas. De contrário, sabe mal. Só que o Inverno já começou pelas bandas onde o Corte-Real chegou antes do Cartier... e isso significa que se vai ficando à espera... sempre à espera... com o tempo a passar.

Não é desculpa?! Claro que não. Mas a verdade é que temos de começar de qualquer maneira.

Há quem se admire, na Portugalândia... que os nossos alunos universitários - ou melhor, alguns alunos universitários - não saibam fazer elementares contas de multiplicar. Ou que desconheçam, por exemplo, qual o valor de um quilómetro ou de uma tonelada! Não se admirem. Não há muito perguntaram ao homem mais poderoso do mundo - um tal sr. George W. Bush - onde ficava Lisboa e ele ràpidamente disse que Lisboa... ficava em Espanha. E afinal "ainda" não fica em Espanha, embora para lá se caminhe...

A admiração tem de ser, assim, muito relativa. Apostamos em como todos conhecem de cor e salteado o nome das discotecas da "24 de Junho". Que sabem o nome de "quase" todos os jogadores da selecção nacional. Que entendem, e bem, o que custa ir até ao Algarve, sobretudo se pertencerem a uma família da chamada classe média, que é um estágio que começa a desaparecer em Portuga, agora a ter uma classe (pequena até demais) muito... muito alta e uma classe baixa cujos números são enormes de quanto baste. Isso eles sabem. O resto... não se pode saber de tudo, pois não?!

A verdade é que estas coisas ainda preocupam. E ainda preocupam porque a Europa entrou em Portugal - ainda pensava que tinha sido Portugal a entrar na Europa?! - e sempre há por lá umas pessoas que dão demasiada importância a essas coisas da Educação. Realmente... é preocupante. Muito preocupante. Como preocupante será, por exemplo, vermos os filhos dos Portugueses em França ou na Alemanha... lutarem com dificuldades porque, a despeito de serem muitos, os professores que o Governo para lá manda... não chegam para meia missa. Como não chegam os Livros. E os "euros" que ajudam a andar a máquina.

Pois! Tudo isso preocupa. Mas tem de ser visto... na devida proporção. Bem vêem, Paris não tem professores que cheguem, a despeito de para lá irem várias dezenas. Só que Toronto, por exemplo, onde vivem cerca de 500 mil portugueses... não tem um único professor enviado por Portugal. Não tem um Livro. Não tem um "euro".

E contra isso...ainda nos apetece lutar! Sobretudo por se tratar de uma discriminação gritante. Uma discriminação que é bem capaz de doer mais do que... a tal coisa de que falamos de que as meninos e os meninos das Universidades não saberem fazer contas de multiplicar. É que, por cá - Canadá, Estados Unidos, Venezuela, para falarmos apenas em alguns países... - o Governo Português - este e os outros anteriores - está a cometer um crime que nós teimamos em chamar de... genocídio cultural. Estão a acabar com o Português como Língua. Estão a fazer com que os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos nos chamem, amanhã, de criminosos.

Portanto... quem sabe se deveremos preocuparmo-nos com os tais alunos universitários. A não ser que dali, amanhã, surjam ministros das Finanças, ou da Saúde, ou da Economia. Isso, sim, é perigoso!

Há tempos, não muitos, escrevemos uma nota em que falamos em arrojo. Em coragem. Arrojo. Coragem. Não sabíamos na altura - nem sabemos, hoje - se lhe devemos chamar arrojo. Ou se o nome mais adequado será coragem. De qualquer forma, a escassas horas de se iniciar a visita oficial de Jorge Sampaio a terras do Canadá, houve um deputado que enviou uma nota a Jorge Sampaio, dando-lhe a conhecer muitos dos problemas que afectam os Portugueses do Canadá. Arrojo ou coragem, José de Almeida Cesário, que era para além do mais secretário da Assembleia da República, pôs o dedo em várias feridas. Escalpelizou situações. E fez vir ao de cima a necessidade de resolver muitas questões sob pena do "não te rales" com que a visita era vista em muitos sectores da comunidade, se transformar em "descrédito total".

Recordando que Jorge Sampaio não poderia alhear-se "da importantíssima comunidade portuguesa existente neste país da América do Norte, com cerca de meio milhão de pessoas e uma extraordinária visibilidade local", aquele parlamentar disse não falar de ânimo leve, já que, recentemente, esteve no Canadá, onde foi confrontado com um vasto conjunto de questões que afectam a comunidade.

O deputado em causa, decerto fazendo-se eco do que ele e os seus colegas de outras formações partidárias viram (e ouviram), disse ao Presidente da República que é importante que ele exerça a sua "magistratura de influência" e provoque no Governo maior atenção para com os Portugueses residentes no Canadá.

A comunidade - na óptica do deputado, que é também a nossa - sente-se discriminada negativamente por parte do Ministério da Educação, que investe milhões em certos países da Europa e é capaz de investir dezenas no Canadá. A proporção não é exagerada, porque para além de uma coordenadora de Ensino (que nada de palpável faz por que nada pode fazer...), Lisboa diz nada... a temas do Ensino do Português. As associações que levam a cabo uma ampla divulgação das coisas da Cultura estão sòzinhas no esforço porque, para além de ajudas pontuais dos Governos Regionais e de Câmaras Municipais... a parte de leão do apoio possível vai para a Europa, a exemplo do que se faz com o Ensino.

Pois... naquela altura, José Cesário era (só) deputado da Oposição. Hoje... é Secretário de Estado das Comunidades. Muitos dos problemas que há pouco mais de dois anos abordou... podem agora receber a sua atenção mais cuidada...

José Cesário estava, assim, a enfileirar no número daqueles - e são muito poucos, à frente dos quais se encontra Manuela Aguiar, agora por acaso no Canadá - que têm vindo a lutar por "causas perdidas". A terçar armas... como o "D. Quixote" de Cervantes. À Manuela é só a febre que a faz andar. Até porque a sua luta não vai ser entendida, quiçá mesmo pelos pares dos seus próprios partidos, agora no Governo. E mesmo gostando da figura do senhor da Mancha... continuamos a achar que não adianta nada, em termos práticos, nesta luta em que estamos empenhados.

Fernando Cruz Gomes

   Orlando Castro

Analfabetos diplomados

A cena passou-se no Instituto Superior de Engenharia do Porto. No boletim de matrícula era pedida a identificação dos candidatos a futuros engenheiros deste país ainda lusitano à beira mar plantado. No espaço reservado à filiação, os alunos colocaram verdadeiras pérolas: Partido Socialista, Futebol Clube do Porto, Benfica, PSD etc. etc.

Espantados (santa ingenuidade!), os empregados da Secretaria resolveram colocar à vista de todos um boletim de matrícula «devidamente» preenchido para que os alunos soubessem o que queria dizer filiação.

Como era um boletim para exemplificar, escreveram no espaço da filiação algo como: José dos Anzóis e Miclina da Esquina. Resultado? Nem mais nem menos. Apareceram uma série de matrículas em que os alunos eram todos filhos do José dos Anzóis e da Miclina da Esquina.

Palavras para quê? Um dias destes aparece-nos ao dobrar da esquina um destes engenheiros, se é que com tão brilhante demonstração de cultura e educação não os vamos encontrar na Assembleia da República e, quem sabe, até no Governo.
É caso para dizer que, afinal, Portugal está cheio de diplomados... analfabetos (a ordem dos factores é, neste caso, arbitrária). E é nesta realidade que todos vamos vivendo, indiferentes ao facto de que é nesta matéria que se perde qualquer tipo de independência. Ao que parece, Espanha volta agora a ser a má da fita. Antes dizia-se que de lá não vinham nem bom vento nem bom casamento. Na versão moderna deste ditado, subscrita por um punhado de empresários portugueses, lê-se que os espanhóis querem ser donos de tudo o que antes era lusitano.

Querem e serão. Mas a culpa não é deles. É exclusivamente nossa. Espanha tem um analfabeto rodeado de doutores. Nós temos um doutor rodeado de analfabetos. E ainda por cima corremos o risco desse doutor ser também filho do José dos Anzóis e da Miclina da Esquina.

Ler é uma forma (vamos ser optimistas) de saber mais. Vejamos o exemplo (apesar de cada vez mais fraco, por falta de qualidade) dos jornais. Portugal tem uma circulação de 72 exemplares por mil habitantes. Pior só a Grécia. No comando está a Finlândia, com cerca de 450 exemplares.

E se nos jornais é assim, nos livros como haveria de ser? 70% dos portugueses não leram um único livro nos últimos 12 meses, de acordo com uma recente sondagem do Eurostat.

É claro (seria melhor dizer escuro ou, pelo menos, sombrio) que há sempre excepções. Os jornais do «futebolês» vendem que se fartam e a Imprensa «cor-de-rosa» (ou laranja) não lhe fica atrás.

Resta o que pode ser ensinado pelas televisões. Regra geral estas reflectem o que o Zé dos Anzóis quer. E como este tem de se descalçar para contar até 12, pimba... As televisões pimbam para cima e para baixo, indiferentes à pedagogia, à formação, à cultura, à educação de que qualquer país independente precisa.

E o Estado? Esse tem mais com que se preocupar. Enquanto os portugueses olham para as telenovelas, para a exploração dos dramas, para supostos programas de informação (supostos porque os produtores de conteúdos assassinaram o Jornalismo) o Estado vai continuando a fazer das suas em proveito próprio e de mais meia dúzia de amigos.

A lei é a do vale tudo, do salve-se quem puder e... quem vier depois que feche a porta, se ela ainda existir.

Orlando Castro

 


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